Apesar de ainda contar com o apoio de grande parte da cúpula do PDT, o ex-ministro do Trabalho Carlos Lupi deve enfrentar obstáculos para retomar à presidência do partido. Ontem, uma ala dissidente minoritária do PDT batizada de Movimento de Resistência Leonel Brizola ameaçou ir à Justiça para tentar impedir que Lupi retome o cargo.
Após deixar o Ministério do Trabalho no fim do ano passado em meio a denúncias de irregularidades, Lupi disse a correligionários que tiraria algumas semanas de férias. Em seguida, complementou, pretendia reassumir a presidência da sigla no início de 2012. O ex-ministro havia se licenciado do posto durante o período em que ficou à frente da Pasta. Os pedetistas dissidentes, porém, ameaçam lutar "de todas as formas, inclusive por via judicial" para impedir o retorno de Lupi. Diante desse cenário, há dúvidas sobre quem ficará responsável pela interlocução entre o PDT e o Palácio do Planalto.
"Tal atitude personalista (volta de Lupi à presidência do PDT), de puro egoísmo, representa falta de bom senso e desconsideração ao PDT e ao drama vivido pelos militantes do partido, pelos parlamentares no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores, prefeitos e vice-prefeitos ante o enxovalha-mento do partido que nos foi legado limpo por Brizola", destacou o grupo dissidente por meio de uma nota. "0 retorno desse senhor à presidência do partido significa submeter todos nós ao ridículo. Se o partido aceitar que isso se consuma num arranjo da direção, sem reação dos valores que ainda permanecem em seu seio, estaremos demonstrando que o PDT está perdido e que não serve mais à luta do nosso povo."
0 retorno de Lupi ao mais alto cargo do PDT pode se concretizar já no início da próxima semana, quando a Executiva Nacional da sigla fará no Rio de Janeiro a sua primeira reunião de 2012. E conta com o respaldo de parte da cúpula do partido.
Para o líder do PDT na Câmara, deputado Giovanni Queiroz (PA), a ala dissidente que pede o afastamento definitivo de Lupi é motivada por questões políticas locais. "Isso [a volta de Lupi à presidência do PDT] é natural, ele é o presidente eleito. É absolutamente legítimo o retorno dele", argumentou Queiroz, segundo quem o PDT deve permanecer na base aliada que sustenta o governo Dilma Rousseff no Congresso com ou sem ministérios.Ainda na avaliação do líder do partido na Câmara, ao retomar a presidência do PDT, Lupi teria a "prerrogativa" de participar das conversas entre o partido e os articuladores políticos do Palácio do Planalto. "Talvez ele se sinta impedido e possa delegar isso ao vice-presidente, o atual presidente em exercício e deputado André Figueiredo (CE)", ponderou Queiroz. "Vai depender dele (Lupi), é uma questão pessoal."
Durante a crise que levou à queda de Lupi do Ministério do Trabalho, o PDT criou uma comissão para tratar do tema com o Palácio do Planalto. Integravam o grupo Queiroz, Figueiredo, o líder da sigla no Senado, Acír Gurgacz (RO), e o secretário geral pedetista, Manoel Dias. Lupi deixou o governo devido a denúncias de irregularidades no Ministério do Trabalho e de que havia acumulado indevidamente cargos na Câmara dos Deputados e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A própria Comissão de Ética Pública da Presidência da República chegou a recomendar a demissão de Lupi à presidente Dilma Rousseff.
Valor Econômico - Fernando Exman - De Brasília
Após deixar o Ministério do Trabalho no fim do ano passado em meio a denúncias de irregularidades, Lupi disse a correligionários que tiraria algumas semanas de férias. Em seguida, complementou, pretendia reassumir a presidência da sigla no início de 2012. O ex-ministro havia se licenciado do posto durante o período em que ficou à frente da Pasta. Os pedetistas dissidentes, porém, ameaçam lutar "de todas as formas, inclusive por via judicial" para impedir o retorno de Lupi. Diante desse cenário, há dúvidas sobre quem ficará responsável pela interlocução entre o PDT e o Palácio do Planalto.
"Tal atitude personalista (volta de Lupi à presidência do PDT), de puro egoísmo, representa falta de bom senso e desconsideração ao PDT e ao drama vivido pelos militantes do partido, pelos parlamentares no Congresso Nacional, nas Assembléias Legislativas e Câmaras de Vereadores, prefeitos e vice-prefeitos ante o enxovalha-mento do partido que nos foi legado limpo por Brizola", destacou o grupo dissidente por meio de uma nota. "0 retorno desse senhor à presidência do partido significa submeter todos nós ao ridículo. Se o partido aceitar que isso se consuma num arranjo da direção, sem reação dos valores que ainda permanecem em seu seio, estaremos demonstrando que o PDT está perdido e que não serve mais à luta do nosso povo."
0 retorno de Lupi ao mais alto cargo do PDT pode se concretizar já no início da próxima semana, quando a Executiva Nacional da sigla fará no Rio de Janeiro a sua primeira reunião de 2012. E conta com o respaldo de parte da cúpula do partido.
Para o líder do PDT na Câmara, deputado Giovanni Queiroz (PA), a ala dissidente que pede o afastamento definitivo de Lupi é motivada por questões políticas locais. "Isso [a volta de Lupi à presidência do PDT] é natural, ele é o presidente eleito. É absolutamente legítimo o retorno dele", argumentou Queiroz, segundo quem o PDT deve permanecer na base aliada que sustenta o governo Dilma Rousseff no Congresso com ou sem ministérios.Ainda na avaliação do líder do partido na Câmara, ao retomar a presidência do PDT, Lupi teria a "prerrogativa" de participar das conversas entre o partido e os articuladores políticos do Palácio do Planalto. "Talvez ele se sinta impedido e possa delegar isso ao vice-presidente, o atual presidente em exercício e deputado André Figueiredo (CE)", ponderou Queiroz. "Vai depender dele (Lupi), é uma questão pessoal."
Durante a crise que levou à queda de Lupi do Ministério do Trabalho, o PDT criou uma comissão para tratar do tema com o Palácio do Planalto. Integravam o grupo Queiroz, Figueiredo, o líder da sigla no Senado, Acír Gurgacz (RO), e o secretário geral pedetista, Manoel Dias. Lupi deixou o governo devido a denúncias de irregularidades no Ministério do Trabalho e de que havia acumulado indevidamente cargos na Câmara dos Deputados e na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. A própria Comissão de Ética Pública da Presidência da República chegou a recomendar a demissão de Lupi à presidente Dilma Rousseff.
Valor Econômico - Fernando Exman - De Brasília